AGUA 18/06
Home Destaque MDB terá posto secundário no comando do Senado após derrota de Renan

MDB terá posto secundário no comando do Senado após derrota de Renan

MDB terá posto secundário no comando do Senado após derrota de Renan
0
0

Depois da derrota de Renan Calheiros (MDB-AL) para Davi Alcolumbre (DEM-AP) na disputa pelo comando do Senado, o MDB de 13 representantes verá seu reinado de 16 anos à frente dos trabalhos reduzido a um posto secundário na Mesa Diretora: a 2ª Secretaria, cujo senador titular tem entre suas funções lavrar atas de sessões secretas. Foi o que ficou decidido nesta terça-feira (5), em reunião de líderes, na primeira rodada de negociações para a composição dos principais cargos da Casa.

Segundo o entendimento das lideranças, o PSDB (8 nomes) terá o segundo posto mais importante da Casa, a 1ª Vice-Presidência – e, nesse caso, desponta como nome forte para o posto o senador tucano Tasso Jereissati (CE), desafeto de Renan e um dos articuladores do levante anti-MDB, com a bandeira da “nova política”, durante as duas tumultuadas sessões plenárias para eleger o presidente do Senado no biênio 2019-2020.

Já 2ª Vice-Presidência do Senado será conduzida pelo Podemos (7 nomes), partido que tem o senador Alvaro Dias (PR), alinhado à pauta reformista do governo Jair Bolsonaro (PSL), como uma das principais lideranças. Presidenciável derrotado do partido, Alvaro tem boa relação com o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, e com o presidente nacional do PRTB (sigla de Mourão), Levy Fidelix – a despeito do vídeo que circulou durante a corrida presidencial de 2018, e que o flagrou sem que ele soubesse que estava sendo filmado, com duras criticas a Bolsonaro (“Ele é vagabundo. Se não fosse a facada eu estaria destruindo ele hoje”, disse o senador).

A 1ª Secretaria ficará sob comando do PSD (10 nomes). Entre outras atribuições, cabe ao primeiro-secretário a leitura, em plenário, de correspondências oficiais recebida pelo Senado, de pareceres de comissões temáticas às matérias em tramitação, de proposições legislativas e de todos os demais documentos relativos ao expediente das sessões plenárias. Também cabe ao titular assinar e receber correspondências oficiais encaminhadas ao Senado, bem como a supervisão das atividades administrativas.

 

Renan vocifera e gesticula contra o desafeto Tasso Jereissati (de costas) durante sessão plenária que escolheu o novo presidente do SenadoRenan vocifera e gesticula contra o desafeto Tasso Jereissati (de costas) durante sessão plenária que escolheu o novo presidente do Senado – Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

 

Na 2ª Secretaria, a ser chefiada pelo MDB, é quase certo que estarão de fora do posto os cinco nomes vetados por Davi Alcolumbre, segundo blog do jornalista Tales Faria (UOL). O presidente do Senado sequer aceita conceder o comando de comissões temáticas ao “clube dos cinco”, a maioria alvo de denúncias de corrupção. Não por coincidência, caciques da legenda: além de Renan Calheiros, Jader Barbalho (PA), Eduardo Braga (AM), Fernando Bezerra (PE) e José Maranhão (PB), aliado de Renan que presidiu a sessão de votação secreta assim determinada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. E que, em tese e em razão do caráter sigiloso do voto, poderia beneficiar Renan.

O comando do colegiado pode estar reservado a Simone Tebet (MS), que dá sinais de que pode deixar o MDB. Em um primeiro momento Simone foi derrotada por Renan, na escolha interna da bancada, como nome do partido para disputar a Presidência do Senado, mas surpreendeu os colegas ao renunciar à disputa como candidata avulsa em favor de Davi Alcolumbre. A decisão da senadora, anunciada em plenário, foi apontada como determinante para a vitória do colega amapaense já em primeiro turno.

Os 42 votos conquistados por Alcolumbre (um a mais que o necessário para dispensar segundo turno) foram o ápice da derrota de Renan, que disparou críticas contra os novatos da Casa e trocou insultos, aos gritos, com Tasso Jereissati (foto acima). Antes da desistência do senador veterano, que provocou uma explosão de festejo em plenário, estava em curso a disputa mais acirrada da história do Senado.

Caberá ao partido de Bolsonaro, o PSL (4 nomes), chefiar a 3ª Secretaria. E, a depender do senador Major Olímpio (SP), um dos principais aliados do presidente no Senado, o posto será dado a Flávio Bolsonaro (RJ). Filho de quem o nome sugere, Flávio está na mira do Ministério Público do Rio de Janeiro em razão de movimentações financeiras suspeitas em seu gabinete de deputado estadual, cargo que exerceu até o ano passado.

Ainda não está definida a situação da 4ª Secretaria, mas o comando do colegiado deve ser entregue ao PT ou ao PP, ambos os partidos com seis senadores. Entre os critérios de distribuição para os postos da Mesa e das comissões temáticas está o número de representantes dos partidos, ou seja, a prioridade é dos que têm mais senadores.

Próximos passos

Está prevista para amanhã (quarta, 6) a votação em plenário para definir a composição da Mesa Diretora. Pode haver chapa única para o preenchimento dos postos caso seja alcançado acordo de lideranças nesse sentido.

Ainda serão decididas, talvez nesta mesma quarta-feira, quatro vagas de suplente de secretário. As negociações estão em curso e líderes devem anunciar um entendimento até a votação plenária.

Como ficará a Mesa, segundo a reunião de líderes:

1ª Vice-Presidência do Senado: PSDB
2ª Vice-Ppresidência: Podemos
1ª Secretaria: PSD
2ª Secretaria: MDB
3ª Secretaria: PSL
4ª Secretaria: PT ou PP

congressoemfoco

DEIXE O SEU COMENTÁRIO

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *